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Câncer: por que queremos a cura, mas resistimos à prevenção?

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19/03/2018

 

Ouvimos e repetimos a vida toda o sonho das gerações passadas de um dia chegar à cura do câncer. Mas um fenômeno intrigante e – por que não? – incoerente é o fato de que, hoje, temos um método preventivo contra vários tipos dessa doença, e grande parte das pessoas parece não dar importância a isso. Estou falando da vacina contra o HPV – o papiloma vírus humano.

Causador do câncer de colo do útero, esse inimigo também é associado aos tumores de vulva, ânus, pênis e boca, além de provocar verrugas na área genital, laringe e ânus. Desde 2014, a vacina quadrivalente contra o HPV está na rede pública para meninas (de 9 a 14 anos). Ela também é oferecida para homens e mulheres de 9 a 26 anos com HIV/Aids e para indivíduos imunodeprimidos (pessoas submetidas a transplantes ou pacientes com câncer, por exemplo).

No início desse programa de vacinação, quando a primeira dose foi disponibilizada dentro das escolas públicas e privadas, a adesão foi extremamente positiva, atingindo 100% do público de meninas entre 12 e 14 anos, para quem a imunização foi oferecida naquele momento. Já a segunda dose, que deveria ter sido administrada após seis meses, não contou com a participação das escolas. Resultado: a procura pela vacina nos postos de saúde teve menos da metade da adesão.
Atualmente, graças aos esforços do Ministério da Saúde, a adesão à segunda dose entre meninas de 11 e 15 anos incompletos está chegando aos 50%. Mas a procura da vacina para meninas entre 9 e 10 anos e meninos de 11 a 14 anos segue aquém do esperado.

Apesar de não haver um estudo oficial sobre as razões que levam os brasileiros a abandonarem o programa vacinal no meio ou a simplesmente não se vacinarem, a vivência em consultórios e hospitais traz informações que nos ajudam a desenhar esse cenário. São, em resumo, três pontos-chave:

  • De maneira geral, as pessoas até confiam na eficácia e na segurança das vacinas, mas parece que procuram mais os postos quando há campanhas ou surtos de determinadas doenças.
  • A imunização de crianças e adolescentes parece ter adesão muito maior quando realizada nas escolas.
  • Há um desconhecimento sobre a importância de vacinação além da primeira infância e a falta de uma cultura de vacinação de adolescentes e adultos. Isso vale para qualquer doença, aliás.


O que fazer

Esse cenário aponta caminhos que podem ser trilhados para incentivar a população a se vacinar contra o HPV:

  1. Devemos investir em campanhas com mensagens esclarecedoras que passem a dimensão da importância da imunização.
  2. Precisamos envolver as escolas como apoiadores dos movimentos de vacinação e educação.
  3. Temos que fazer as pessoas entenderem que a imunização não significa uma liberação para a vida sexual, mas uma grande proteção contra doenças fatais.


Na Austrália, que iniciou a vacinação contra o HPV em 2007, diversos estudos demonstraram que os casos de verrugas genitais diminuíram em mais de 90% e as lesões pré-cancerosas de colo de útero em mais de 50% em cinco anos, em relação ao período anterior à vacinação. Um estudo recente, de 2018, neste mesmo país, mostrou uma redução importante das verrugas de laringe (papilomatose recorrente de laringe) após a implementação da vacina contra o HPV.

Acontece que, por lá, programa de implantação da vacina quadrivalente contra o HPV foi ostensivo. Ele contou com campanha de divulgação nacional, parceria com governos estaduais e municipais, um esforço conjunto entre profissionais da saúde… e, claro, teve a participação das escolas. O investimento foi estimado em mais de 430 milhões de dólares.

Diante dos fatos e referências a respeito da vacina, torna-se quase impossível compreender o que leva qualquer pessoa a não aproveitá-la. O desafio é garantir uma alta adesão às duas doses da vacina contra o HPV. Assim, reduziremos consideravelmente a incidência dos casos de câncer causados por esse vírus, desenhando um novo e positivo quadro no cenário da saúde pública brasileira. Você e sua família fazem parte dessa história.

Fonte: Saúde é Vital

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