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Entendendo o temido linfedema

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A cirurgia é uma das principais formas de tratamento do câncer, onde são realizadas ressecções com margens cirúrgicas adequadas e se identificada a presença de disseminação linfática do tumor , será feita a linfonodectomia regional, ou seja a retirada dos gânglios ou linfonodos.

Com a evolução das técnicas cirúrgicas e a introdução da biópsia de linfonodo sentinela, houve uma redução da necessidade da retirada dos linfonodos, visto que no caso do linfonodo sentinela não estar comprometido, os demais linfonodos daquela região podem ser preservados. Tal procedimento evita complicações relacionadas à retirada completa da cadeia linfonodal próxima ao tumor, tais como o linfedema, alterações de amplitude de movimento dos membros e de sensibilidade

A radioterapia também tem impacto na formação do linfedema secundário. A radioterapia promove uma queimadura tecidual com formação de fibrose tecidual, que leva a um significativo prejuízo à função de filtração linfática e alteração da resposta imunológica.

O linfedema é uma complicação frequente após o tratamento oncológico. Este não necessariamente surge de maneira precoce após a cirurgia, mas sim após meses ou até anos. Estudos mostram que quanto mais tempo passou da cirurgia, maior o risco, as vezes pode aparecer mesmo 10 anos depois da cirurgia. O linfedema também pode ser causado por invasão tumoral direta dos gânglios linfáticos e processos infecciosos.

O linfedema pode surgir em qualquer parte do corpo onde tenha sido retirado a cadeia ganglionar. O mais discutido na literatura é o linfedema de braço pós câncer de mama, mas o linfedema pós-linfonodectomia pode aparecer decorrente de tratamentos do melanoma cutâneo, pós linfonodectomia cervical no câncer de cabeça e pescoço, nesse caso a face e pescoço podem inchar; e pós linfonodectomia inguinal e pélvica no cancer ginecológico e urológico, onde os genitais, pelve e pernas podem desenvolver linfedema.

O linfedema pode apresentar duas fases e manifestações distintas. Inicialmente, há um desequilíbrio entre a filtragem e a evacuação da linfa. Assim, há distensão da pele devido ao enchimento de líquido nos tecidos e aumento da pressão intersticial. Posteriormente, quando a rede de evacuação é insuficiente, devido à ressecção dos linfonodos, o edema é instalado e sua evolução predispõe a formação de um tecido crônico fibroso.

O acúmulo de líquido pode não estar visível clinicamente, entretanto, como a quantidade de linfa está maior que a capacidade do sistema em transportá-la, pode ser considerado como linfedema subclínico. Durante esse período inicial poderão ocorrer as compensações linfáticas que justificam o fato de alguns paciente desenvolverem linfedema e outros não. Primeiramente, o linfedema se apresenta como uma sensação de peso ou aperto, podendo não existir edema visível. Com sua progressão, pode se tornar evidente, com ou sem prejuízo funcional.

Então se uma sensação de peso nos membros se mostrar contínua, sem melhora ao repouso, procure imediatamente um fisioterapeuta especialista em oncologia, pois pode ser um linfedema inicial. Apesar de ser uma condição incurável, ele é tratável e controlável, propiciando uma melhor qualidade de vida ao indivíduo.


Jaqueline Munaretto Timm Baiocchi
CREFITO 69837 F
Mestranda em Oncologia - subárea linfedema pelo AC Camargo Cancer Center
Especialista em Fisioterapia Onco-funcional pela ABFO-COFFITO
Especialista em Fisioterapia Oncológica e Hospitalar pelo A.C Camargo Cancer Center
Formação Internacional em terapia linfática pelos Método Vodder, Leduc, Foldi, Ciucci e Godoy
Especialista em Saúde Baseada em Evidência pelo Hospital Sírio Libanês
Especialista em Saúde da Mulher pela USP
Especialista em Acupuntura pelo CBES
Especialista em Fisioterapia Respiratória e UTI pelo A.C. Camargo Cancer Center
Coordenadora científica e de cursos do portal Oncofisio www.oncofisio.com.br
Professora de diversas instituições de ensino superior em fisioterapia
Diretora da clínica Fisio Onco www.fisioonco.com.br

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