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HPV e o Câncer

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  • Autor: Dr. Glauco Baiocchi Neto

1. Oncofisio:  O que é HPV?
Dr Glauco: Trata-se de uma virus traduzido como Papiloma Virus Humano. Existem cerca de 140 tipos e 40 destes infectam o trato ano-genital, sendo que alguns podem estar relacionados com o câncer de colo uterino e outros com as verrugas genitais.


2. Oncofisio: Como o HPV pode virar Câncer?
Dr Glauco: O HPV pode ser considerado como fator causal do câncer de colo uterino. Porém existem alguns outros fatores importantes que contribuem para o desenvolvimento do câncer de colo uterino, como imunossupressão (pacientes portadoras de HIV, transplantadas ou portadoras de outras doenças que levam à imunossupressão), tabagismo e presença de outras doenças de transmissão sexual. A grande maioria das mulheres entram em contato com o HPV via relação sexual e a grande maioria tem a infecção resolvida e nem fica sabendo que entrou em contato. Algumas pacientes então podem vir a desenvolver as lesões pré-malignas e mesmo assim muitas destas lesões desaparecem espontaneamente. Ao final, menos de 1% das mulheres que desenvolvem a lesão pré-maligna inicial vão desenvolver câncer e o tempo para ocorrer essa transformação é estimado em 10 anos. Portanto, a "prevenção" tem como objetivo e descobrir essas lesões pré-câncer e tratá-las.
 
3. Oncofisio: Nas mulheres, como reconhecer as lesões por HPV? Como se faz o diagnóstico?
Dr Glauco: As lesões suspeitas pré-câncer não trazem sintomas, exceto quando ocorre o aparecimento das verrugas genitais não relacionados ao câncer. Durante o exame de rotina, o ginecologista é o profissional que pode suspeitar durante o exame ginecológico, após o resultado do seu exame de papanicolaou e se necessário através da colposcopia. O papanicolaou ou citologia oncótica cervico-vaginal nada mais é que a coleta de uma amostragem de células da região do colo uterino e vagina que pode estar acometida pelas lesões pré-malignas. Caso essas células estejam alteradas, há a necessidade de realizar uma colposcopia que é a avaliação do colo do útero e vagina com uma lente de grande aumento e colorações que vão mostrar a região alterada. A biópsia então é realizada dessa região e a partir do resultado que se procede o tratamento específico. 
 
4. Oncofisio: E a vacina contra o HPV, como funciona?
Dr Glauco: Como cerca de 70% dos cânceres de colo de utero são relacionados com os HPV tipos 16 e 18 e cerca de 80% das verrugas genitais com os tipos 6 e 11, foram desenvolvidas vacinas específicas contra esses tipos. Existem 2 vacinas no mercado. Uma é produzida contra os tipos 16 e 18 (bivalente) e a outra contra os tipos 16,18,6 e 11 (quadrivalente). A indicação principal para receber a vacina são mulheres que não tiveram ainda contato sexual. Nesse casos as vacinas são muitos eficazes. Mas é importante  lembrar que a eficácia é somente para os tipos de HPV das vacinas e as mulheres necessitam continuar fazendo sua rotina ginecológica

5. Oncofisio: Qual o tratamento para o HPV?
Dr Glauco: Não existe tratamento específico diretamente para o vírus HPV e sim para as lesões pré-malignas ou verrugas que ele eventualmente possa ser o causador.
 
6. Oncofisio: E como são esses tratamentos para essas lesões pré malignas?
Dr Glauco: O tratamento vai depender da região acometida (vulva, vagina ou colo) e o grau de acometimento das chamadas neoplasias intra-epiteliais que vão de I a III. As lesões mais iniciais (grau I) podem ser observadas ou utilizados métodos de esfoliação / descamação. As lesões grau II ou III geralmente necessitam de métodos para ressecção / retirada da parte acometida.
 
7. Oncofisio: As verrugas genitais viram câncer?
Dr Glauco: Não. São lesões que incomodam muito e que devem ser tratadas, porém não se transformam em câncer. No caso de lesões verrucosas muito extensas, um método utilizado atualmente é o Laser. O Laser tem a vantagem de tratar grandes áreas com eficácia e com o efeito estético final melhor que nos outros métodos de ablação ou ressecção. É importante que sempre antes de utilizar um método de ablação, deve-se ter uma biópsia da região a ser tratada para excluir o diagnóstico de câncer.



Dr Glauco Baiocchi Neto.
CRM 97051 SP
É Mestre e Doutor em Oncologia pela Universidade de São Paulo-USP.
Cursou Cirurgia Geral pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Especialização em Oncologia Cirúrgica pelo Hospital do Câncer AC Camargo - Fundação Antônio Prudente.
É Diretor do Departamento de Ginecologia do Hospital do Câncer AC Camargo.
www.oncologiaginecologica.com.br

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