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É possível reverter os altos índices de câncer feminino no Brasil

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15/03/2019

 

O combate ao HPV, a visita regular ao ginecologista e os cuidados com a forma física são a resposta para um problema que o país parece insistir em conviver: a alta incidência dos tumores no aparelho reprodutor da mulher e que atingem perto de 32.000 brasileiras, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Isso significa que nada menos que 85 mulheres recebem, todos os dias, o diagnóstico de um tumor feminino! A notícia não tem nada de boa, mas por trás desses números assustadores do câncer de colo do útero, endométrio, ovário, vulva e vagina encontramos uma esperança: a ciência nos oferece caminhos seguros para reverter a situação e reduzir esses números, em dez a 20 anos, a menos da metade do que hoje representam.

HPV e câncer
Foi esse o tema de uma conversa que tive com o cirurgião oncológico Glauco Baiocchi Neto, responsável pela Ginecologia do A. C. Camargo Cancer Center, em São Paulo. Estudioso do comportamento e manifestação do vírus HPV – presente em mais da metade desses tumores femininos, além de tumores de reto, boca e garganta, entre outros – o especialista alerta que algumas medidas, se adotadas, praticamente eliminariam o câncer de colo do útero e reduziria significativamente as ocorrências de tumores na vulva e  vagina.  

Trata-se de implantar, de forma incisiva, a aplicação da vacina anti-HPV disponível para jovens em toda a rede pública e promover de todas as formas possíveis o acesso das mulheres ao ginecologista para o acompanhamento e controle da saúde do aparelho reprodutor, com a indicação regular do exame de Papanicolaou.

Obesidade
Associado a isso, reforça Dr. Glauco, é preciso estimular a boa alimentação e os cuidados com a forma física, posto que a obesidade feminina é fator causal incontestável do câncer de endométrio (membrana que reveste o interior do útero) e pode multiplicar em mais de três vezes a ocorrência da doença – quando se compara a mulher acima do peso ou obesa àquela com peso normal –, revela uma das principais organizações de combate ao câncer no mundo, a American Cancer Society.

Conscientização social
Sem dúvida, apesar de fácil, não é uma situação simples de ser resolvida. Mas, como se diz no jargão, temos a faca e o queijo na mão: a vacina, o razoável acesso ao médico e ao citado exame, bem como a consciência dos males do sobrepeso. Há que se ter, portanto, vontade e determinação política, ampliando o acesso ao ginecologista e divulgando de forma massiva nas escolas e meios de comunicação a importância de combater o HPV e a obesidade.

Da sociedade, espera-se a conscientização sobre a importância das vacinas, tomando como exemplo a reversão de expectativas que o mundo assiste com a volta de doenças tidas por extintas, como o sarampo e a poliomielite, entre outras. É um alerta para os governos e grupos antivacina (mais comuns nos Estados Unidos e Europa) para que pensem coletivamente, promovendo conforto e evitando o sofrimento de milhares de pessoas acometidas por estas doenças fatais.

Cânceres femininos
Para se ter uma ideia da importância da vacina anti-HPV, uma pesquisa publicada recentemente na prestigiada Lancet Oncology nada menos que 99% das mulheres com câncer de colo do útero apresentam o vírus. No Brasil a estimativa oficial mostra mais de 16.000 mulheres com a doença a cada ano – ou seja, com a vacina e o combate às lesões pré-cancerígenas identificadas pelo Papanicolaou, em algumas décadas reduziríamos à casa de 1.000 ou 2.000 casos, índice próximo ao dos países ricos.

Também de alta incidência, com 6.600 casos anuais (computados com os casos de câncer de corpo do útero, mais raros), o câncer de endométrio exige atenção permanente da mulher e seu médico. Sua aparição é quase sempre denunciada por sangramentos fora do período da menstruação, sobretudo na menopausa, e corrimentos vaginais incomuns. E como dissemos anteriormente, é preciso estar sempre atento ao sobrepeso.

Diferente é o caso do câncer de ovário, com 6.150 casos anuais no país, o mais temido pelas mulheres e especialistas devido à dificuldade de diagnóstico e poucas opções de tratamento eficazes. Sua identificação, na maioria dos casos, depende da observação da mulher a sintomas incomuns e persistentes, como o aumento do abdômen e gases, bem como a sensação de empachamento (a popular barriga cheia) e alguma dor pélvica – casos que, se frequentes, devem ser levados à avaliação médica.

Com relação ao câncer de vulva e vagina, que segundo estimativas representam 4% dos tumores do sistema reprodutor da mulher (menos de 2 mil casos por ano, portanto), de novo voltamos à presença do HPV e à importância da visita ao médico frente às eventuais lesões e dores pélvicas e durante as relações sexuais, além de sangramentos e corrimentos anormais.

Portanto, leitora e leitores, autoridades e sociedade como um todo, coloquem no radar: é possível reverter uma das mais assustadoras realidades da saúde no Brasil – o câncer feminino. As armas contra esse mal estão à mesa.

Fonte: Veja

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