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Imunoterapia é o grande destaque para o tratamento de câncer

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18/07/2017

 

Evento aconteceu em Chicago e reuniu especialistas de diversas partes do mundo

 

Imunoterapia, biologia molecular e novidades no tratamento de vários tipos de câncer, com impacto significativo no controle da doença. A última semana foi importante para a oncologia mundial. Entre os dias 2 e 6 de junho de 2017, as atenções se voltaram para Chicago, onde aconteceu a esperada reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica. O ASCO (sigla para American Society of Clinical Oncology) é considerado o maior evento da área no mundo.

 

Para o oncologista Fernando Moura, que atua no Hospital Israelita Albert Einstein, o grande destaque é a chamada imunoterapia, que promove a estimulação do sistema imunológico no combate à doença. “Os primeiros estudos foram apresentados há três anos, com uma droga chamada pembrolizumabe para pacientes com câncer de pulmão. E vimos algo inédito neste ano: 1/4 desses pacientes sobreviveram à doença metastática e continuam se beneficiando do medicamento mesmo depois de três anos”.

 

Moura diz que o desafio da Ciência agora é descobrir quem são esses pacientes que se beneficiam com a imunoterapia. “Afinal, 3/4 não resistiram. E isso vai ser feito a partir da biologia molecular (que identifica os processos moleculares que ocorrem nas células), da história clínica do paciente e da carga de mutação do câncer”.

 

Estudo com o pembrolizumabe também é citado pelo médico Fernando Maluf, coordenador da Oncologia Clínica da Beneficiência Portuguesa de São Paulo, como um dos mais impactantes e que pode mudar a prática clínica no Brasil. “Em pacientes com metástase e nos quais a quimioterapia falhou, houve redução da taxa de morte e maior taxa de respostas e de tolerabilidade. Este imunoterápico também foi utilizado como tratamento em primeira linha em pacientes com doença avançada e com comorbidades associadas ao câncer, como cardiopatia ou doença renal, mostrando resultados significativos, com respostas duradouras”.

 

Outra boa notícia apontada por Fernando Moura é a possibilidade de um novo tratamento para mulheres que sofrem de câncer de mama hereditário do tipo BRCA (cerca de 10% dos casos), cuja única opção terapêutica disponível é a quimioterapia. "Um estudo demonstrou que o olaparibe garante mais sobrevida à paciente. E esta é uma droga já utilizada no tratamento do câncer de ovário".

 

Câncer de próstata 

O oncologista Daniel Herchenhorn, que já atuou na Oncologia Clínica do Instituto Nacional do Câncer (Inca), faz parte da equipe do Grupo Oncologia D’Or, no Rio de Janeiro, e é membro efetivo da ASCO, cita dois estudos com a mesma molécula que quebram o paradigma do tratamento inicial de pacientes com câncer de próstata avançado (que nunca passaram por uma terapia) e que mostram até 38% de redução de risco de morte.

 

O Stampede revela que a adição de acetato de abiraterona ao regime de tratamento inicial padrão diminui o risco relativo de morte em 37%. “Houve um impacto significativo no controle da doença e no tempo de vida do paciente”.

 

O segundo estudo é o Latitude, que também avaliou a eficácia da abiraterona combinada com a prednisona – a terapia anti-hormonal de referência. Resultado: 38% de redução de risco de morte, 53% de controle da progressão da doença e 66% de diminuição do risco de receber quimioterapia no futuro. “Esse aumento de sobrevida é expressivo suficiente para pensarmos em mudar nossas condutas já a partir de agora. É um estudo que altera a forma de tratar o paciente”, avalia Herchenhorn.

 

O médico explica que este medicamento é utilizado no Brasil há 15 anos, mas em casos refratários (não curados), e não na fase inicial de tratamento (ainda não há autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, para isso). “Foi uma das grandes novidades do congresso. A gente já imaginava que os resultados seriam positivos, porque tínhamos uma experiência prévia com o medicamento em fases mais avançadas, mas faltavam os números e a comprovação científica necessária para modificar a nossa conduta”. 

 

Os tratamentos anti-hormonais clássicos contêm a doença por um período, mas o câncer pode desenvolver resistência a esses medicamentos e ainda afetar os ossos, provocando dores e fraturas. O Latitude revelou também que a abiraterona trouxe ganho na qualidade de vida, com redução de 30% do risco de aparecimento de episódios relacionados ao esqueleto. 

 

Monitoramentos 

Por fim, o oncologista Fernando Moura aponta um estudo que mostra resultados efetivos com um custo infinitamente menor do que os investimentos que envolvem um tratamento com essas drogas modernas. Uma pesquisa comparou o acompanhamento de pacientes em tratamento com quimioterapia, por meio da monitoração ativa e da monitoração convencional.

 

Segundo Moura, a chamada monitoração ativa traz um aplicativo em que o hospital se comunica com o paciente, para saber como ele está se sentindo, se está com dor, diarreia, vômito... Dependendo da resposta, é feito contato telefônico para que o sintoma seja controlado. A convencional é aquela em que o paciente procura o médico porque está se sentindo mal ou comparece ao retorno previamente agendado.

 

“O resultado é que o grupo que foi acompanhado pelo aplicativo sobreviveu cinco meses mais do que o outro, por conta do manejo precoce dos sintomas, que ainda traz mais qualidade de vida ao paciente. Os grandes centros já fazem isso de alguma forma, mas esse estudo mostra o impacto que uma medida simples tem na vida do paciente com câncer”.

 

Fonte: A Tribuna

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