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Biópsia líquida: exames de sangue podem detectar câncer ainda mais cedo

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04/10/16

Sabe-se que uma das melhores armas contra o câncer é a detecção precoce. Identificar a doença em seu estágio inicial, porém, é um grande desafio, já que muitas vezes ela não gera sintomas e pode não aparecer em alguns exames de imagem. Diante disso, pesquisadores têm apostado num método simples, não invasivo e que já faz parte das consultas de rotina: o exame de sangue.

Dois estudos divulgados recentemente geram boas expectativas nesse sentido. O primeiro apresenta um novo sensor, capaz de identificar proteínas liberadas no sangue por células cancerosas em estágio inicial. Já o segundo pode aperfeiçoar o monitoramento de pacientes que foram diagnosticados com câncer e tratados. O método busca DNA tumoral no sangue dessas pessoas ? se ele for encontrado, é sinal de que a doença voltou. Confira abaixo mais detalhes sobre as duas propostas.

Sensor com nanopartículas de ouro

Desenvolvido no IMM (Instituto de Microeletrônica de Madri), o novo sensor usa nanopartículas de ouro para identificar proteínas associadas ao câncer, mesmo que esses biomarcadores apareçam numa concentração muito baixa no sangue. O estudo, publicado na Nature Nanotechnology, conta com a participação da brasileira Priscila Kosaka, doutora em química pela USP.

Para entender a proposta, vale a pena imaginar o sensor como um minúsculo trampolim, cuja superfície está coberta com anticorpos. Quando esse sensor entra em contato com a amostra de sangue, os anticorpos reconhecem as proteínas liberadas pelas células cancerosas e as capturam, mantendo-as presas ao dispositivo.

Em seguida, o sensor é colocado em outra solução, desta vez composta por anticorpos ligados a nanopartículas de ouro. Nesse momento, são as proteínas presas no sensor que se conectam aos anticorpos, atraindo, consequentemente, o metal.

A massa adicional do ouro sobre o minúsculo trampolim tem uma consequência tanto mecânica (fazendo-o vibrar) como visual (a superfície passa a brilhar). São essas mudanças no sensor que comprovam a presença de biomarcadores de câncer no sangue ? em outras palavras, elas comprovam que o paciente tem a doença.

O dispositivo é tão sensível que conta com uma taxa muito baixa de resultado falso positivo ou falso negativo ? apenas 2 a cada dez mil ensaios apresentam erro.

Para comprovar a eficácia do sensor, a equipe utilizou dois biomarcadores bem conhecidos, o PSA (associado ao câncer de próstata) e o CEA (câncer gastrointestinal), duas proteínas que já são identificadas em exames de sangue. De acordo com Priscila Kosaka, agora que a ideia foi validada, a meta é usar o dispositivo justamente para identificar novos biomarcadores, permitindo que outros tipos de câncer sejam identificados por meio de um exame de sangue.
"Também vamos estudar a fuga de proteínas que já são usadas em clinica, mas somente com exames muito invasivos como biopsias, a corrente sanguínea para substitui as biopsias ou as punçoes de líquidos em regiões próximas ao tumor", disse a pesquisadora.

Câncer de mama

O segundo estudo foi desenvolvido pelo Institute of Cancer Research, na Inglaterra, e acompanhou mulheres que já tinham tratado o câncer de mama com quimioterapia e cirurgia e, por segurança, ainda eram monitoradas.

A estratégia adotada pelos pesquisadores foi analisar o DNA que sofreu mutação no tumor e, posteriormente, buscar traços dessas alterações nas amostras de sangue das pacientes. Uma abordagem, portanto, bastante personalizada.

Das 55 mulheres avaliadas, 15 descobriram que a luta ainda não tinha chegado ao fim: com o tempo, algumas células cancerosas que sobreviveram ao tratamento voltaram a atacar. Dentre essas pacientes, 12 puderam ser diagnosticadas com antecedência graças ao novo exame de sangue. Os pesquisadores identificaram as alterações de DNA meses antes de o câncer ser visível por métodos de escaneamento.

Segundo os autores da pesquisa, ainda se passarão alguns anos até que o exame esteja disponível para o público. Para encurtar esse prazo, eles já planejam a realização de um estudo clínico mais amplo em 2016. "Ainda existem desafios para a implantação dessa tecnologia, mas ela tem uma boa relação custo-efetividade e provê uma informação que pode fazer diferença real para pacientes com câncer de mama", disse o líder do estudo, Nicholas Turner.

Em 2014, uma pesquisa coordenada pela universidade americana John Hopkins também trouxe resultados promissores em relação ao rastreamento de DNA tumoral em amostras de sangue. O estudo, que contou com a participação da brasileira Suely Marie, da USP, acompanhou 640 pessoas com vários tipos de câncer e observou que a eficácia do método variava conforme o tipo de tumor. Os melhores resultados foram obtidos no diagnóstico de câncer de ovário, bexiga, pâncreas, intestino, esôfago, mama e pele, além dos casos que envolvem cabeça e pescoço. O método foi menos eficiente nos casos de câncer de rins, tireóide, próstata e cérebro.

Fonte: Galileu

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