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Gravidez tardia pode estar elevando risco de câncer de mama em gestante

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30/10/16

Especialistas observaram aumento de casos na gravidez nos últimos anos.
Após o primeiro trimestre de gravidez, há opções de tratamento.


A incidência do câncer de mama gestacional é "baixa" mas, nos últimos anos, especialistas no tema observaram um aumento no número de casos associados "provavelmente" ao atraso na idade para a ter a primeira gravidez, ou seja, passando dos 30 anos.

Esse é o resultado de um estudo do Grupo Espanhol de Pesquisa em Câncer de Mama (Geicam), apresentado este mês no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica em Copenhague, na Dinamarca, que conclui ainda que a metade dos casos de câncer de mama gestacional - em grávidas ou no ano seguinte à gravidez - é do tipo basal, o mais agressivo e difícil de tratar.

De acordo com os pesquisadores, esta análise - que teve a participação de 70 pacientes - ajuda a aprofundar as investigações sobre as possíveis causas que levam a gravidez nestas mulheres a se tornar uma condição biológica propícia para o desenvolvimento destes tumores. O trabalho se centra na identificação de perfis de expressão genética associados especificamente ao câncer de mama gestacional, já que, para os pesquisadores, o aumento do conhecimento biológico e molecular desta patologia tem um grande interesse.

Em declarações à Agência Efe, o principal pesquisador do estudo, o oncologista Juan de la Haba, explica que qualquer tecido humano é formado por células que alcançam amadurecimento e é então que seu DNA fica "muito mais seguro e resistente" a danos que pode ocasionar o surgimento de um câncer.

Gravidez previne câncer de mama

No caso do câncer de mama, Haba afirma que as células da glândula mamária adquirem amadurecimento completo quando este órgão desenvolve a função para o que foi criado: a amamentação.

Ele lembra que a gravidez previne o câncer de mama se ocorre cedo e a opção de não ter filhos aumenta o risco de ter a doença. Segundo ele, uma glândula mamária que chega aos 35 anos sem ter cumprido sua função têm células imaturas e que, além disso, foram submetidas durante mais tempo a agentes externos.

"Quando a mulher fica grávida a partir dos 30 anos, essas células até então não maduras, são submetidas a um estímulo proliferativo, ou seja, do crescimento da mama e, se existe dano em nível celular, a gravidez pode atuar como estímulo à proliferação de células que estão danificadas", diz ele.

6% a 15% de todos os tumores de mama

Conforme dados do Geicam, o câncer de mama gestacional é uma "situação clínica pouco frequente", que representa de 6% a 15% dos tumores de mama em pacientes com idades entre 24 e 44 anos. Porém esses tumores são difíceis de detectar já que, com a gestação, a mama sofre mudanças e se algum volume suspeito aparece ele geralmente é atribuído a própria gravidez.

Durante este período, há opções terapêuticas para lutar contra o câncer de mama, e pesquisadores afirmam que após o período crítico para o feto, que é o primeiro trimestre, é possível tratar. Concretamente, exceto a radioterapia, que em algumas ocasiões pode causar um parto prematuro, e algumas quimioterapias, os demais tratamentos podem ser administrados normalmente e sem aumentar de forma significativa o risco para o bebê, nem para a mãe.

O passo seguinte do Geicam neste tema será identificar uma espécie de "assinatura genômica" associada ao câncer de mama gestacional que possa alertar antes de a situação ocorrer, principalmente nas mulheres que foram diagnosticadas deste tumor e queiram ter filhos.

Fonte: Bem Estar - G1

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