Hospital Santa Rosa inova no tratamento de melanoma
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25/09/16
Apesar de ainda bastante temido, avanços significativos têm sido alcançados em todo o mundo quando o assunto é o tratamento de câncer. Em Mato Grosso, uma inovação no tratamento do melanoma, um dos tipos menos incidentes, porém mais agressivo de câncer de pele, vem deixando a classe médica bastante otimista quanto a possibilidade de controle da doença.
O primeiro procedimento em Mato Grosso foi realizado no Hospital Santa Rosa com o paciente P.D.M. de 79 anos que trata de um melanoma no polegar com metástase em trânsito - lesões múltiplas, localizadas próximas à área da lesão de origem -, restrita ao braço esquerdo.
A técnica utilizada foi a Perfusão Isolada de Membros (PIM) que consiste em limitar a circulação da quimioterapia à corrente sanguínea do membro isolado.
A técnica, associada ao aumento da temperatura no local da aplicação, tem demonstrado resultados surpreendentes, capazes de potencializar a ação do medicamento, e reduzir os efeitos colaterais provocados pela quimioterapia sistêmica.
O procedimento é considerado de alta complexidade, sendo o membro afetado isolado da circulação sanguínea do restante corpo através do uso de cateteres, que realizam a circulação extracorpórea.
Desta forma, o sangue circulante daquele membro é oxigenado e aquecido a uma temperatura aproximada de 38ºC. Neste momento é iniciada a aplicação da quimioterapia, que dura cerca de uma hora. Finalizada a aplicação, a circulação do corpo é restabelecida com a retirada dos cateteres.
A perfusão isolada é um procedimento cirúrgico extremamente inovador e complexo, que permite o tratamento do câncer e evita possíveis amputações, promovendo a regressão integral ou parcial das lesões.
Com a aplicação isolada, o restante dos órgãos é poupado dos efeitos colaterais da quimioterapia, abreviando inclusive, o tempo de tratamento. Segundo o cirurgião oncológico do Hospital Santa Rosa, Lauzamar Roge Salomão Júnior, responsável pelo procedimento, a Perfusão Isolada de Membros (PIM) é uma técnica complexa e ainda restrita a grandes centros, exigindo entre outros fatores, capacidade estrutural da unidade hospitalar e a formação de uma equipe capacitada para o procedimento.
Lauzamar salienta que apesar de ainda restrita, a técnica vem atingindo altos níveis de eficácia no controle do melanoma no Brasil, indicada especialmente em casos de melanoma com lesões satélite e metástase em trânsito.
A técnica tem permitido o alcance de uma resposta completa e duradoura, com o desaparecimento das lesões, demonstrando uma sobrevida de 10 anos em 49% dos casos submetidos a PIM.
O melanoma cutâneo é um tipo de câncer de pele que tem origem nos melanócitos - células produtoras de melanina responsáveis por determinar a cor da pele. O melanoma corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no país, sendo o mais grave devido à sua alta possibilidade de metástase.
O tratamento desse tipo de câncer pode ser considerado bom, se detectado nos estágios iniciais. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), as estimativas são de 5.670 novos casos este ano no Brasil, sendo 3.000 homens e 2.670 mulheres.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), os estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul concentram a maioria dos casos de câncer de pele do Brasil.
A pele clara e mais sensível, e a inadequada exposição ao sol são as principais causas apontadas por especialistas para o aumento da doença.
A intensa migração de sulistas para Mato Grosso, motivada principalmente por fatores econômicos, também tem colaborado para o aumento de casos na região.
Fonte: Mídia News
