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Inca propõe mudar rastreamento de câncer de colo

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13/03/11
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) propõe, em consulta pública, atualizar as diretrizes sobre o câncer de colo do útero. Uma das propostas é evitar o rastreamento em meninas que acabaram de iniciar a vida sexual. Especialistas reclamam que a vacina contra o HPV não foi inserida como forma de prevenção.

O câncer de colo de útero é provocado pelo vírus HPV - os subtipos 16 e 18 estão em cerca de 80% dos casos. É o segundo mais frequente (atrás do de mama) e o quarto que mais mata mulheres no Brasil. As vacinas protegem contra esses dois tipos, mas estão no mercado há pouco tempo.

A idade sugerida para início do rastreamento continua sendo a partir dos 25 anos - o que muda é que o Inca vai retirar das orientações atuais a recomendação de que o rastreamento seja feito a partir do momento que a menina inicia a atividade sexual. A diretriz anterior também recomendava o rastreamento em mulheres com até 59 anos - agora a proposta é prorrogar a busca até os 64 anos.

A gerente da Divisão de Apoio à Rede de Atenção Oncológica (Darao) do Inca, Ana Ramalho, diz que o rastreamento em meninas muito jovens leva a intervenções desnecessárias, pois a maioria das lesões regride sozinha.

"As evidências mostram que é melhor detectar lesões que não curaram espontaneamente em moças mais velhas. Nas muito jovens, a tendência é ser mais conservador e intervir menos", diz.

Especialistas dizem que a melhor prevenção é a vacina. Para eles, a política de rastreamento, sozinha, é ineficaz e a vacina reduz em cerca de 90% o aparecimento das lesões pré-malignas.

"O rastreamento no Brasil não conseguiu reduzir a mortalidade. A adesão é baixíssima, falta acesso e não há campanhas. A vacina evita que a mulher se infecte pelo HPV", diz o oncologista Rafael Kaliks, do Oncoguia.

Consenso. A presidente da Comissão do Trato Genital Inferior da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Nilma Antas Neves, diz que o consenso recomenda a vacinação de mulheres com até 26 anos, priorizando as com 11 anos, que ainda não iniciaram a atividade sexual. "A gente sabe que a vacina não é para todo mundo. Mas ela proporciona proteção cruzada para outros subtipos do vírus."

Luísa Lina Villa, do Instituto Ludwig, vai além. Para ela, não faz sentido deixar de rastrear meninas mais jovens, porque cada vez mais as meninas fazem sexo mais cedo. "Hoje há jovens na faixa de 14 a 18 anos que já apresentam na região genital lesões causadas por HPV. Daí o anseio de oferecer um rastreamento que inclua essa população", diz.

Luísa também propõe que as meninas sejam submetidas primeiro a um exame para detectar o vírus e, caso o resultado dê positivo, sejam submetidas ao papanicolau. "O papanicolau detecta lesões. O exame detecta o vírus."

Segundo Ana, do Inca, a prevenção pela vacina não evita o aparecimento de todas as lesões. "Se tivéssemos essa certeza, o rastreamento seria suspenso."

Ana acrescentou que o Ministério da Saúde encomendou uma pesquisa para avaliar a viabilidade de inserir a vacina contra o vírus HPV na rede. "Nesse momento, o posicionamento é de não iniciar a vacinação."

Vacina na rede. Pelo menos três cidades oferecem a vacina contra o HPV de graça. Em Cristal (RS), com cerca de 7 mil habitantes, 250 meninas entre 11 e 12 anos foram vacinadas em 2009. Cada menina recebeu três doses, ao custo de R$ 340 cada uma.

Em Campos dos Goytacazes (RJ), o coordenador de imunizações da prefeitura foi às rádios religiosas estimular a adesão. "Conseguimos quebrar a resistência ao explicar para a família a importância da prevenção, independentemente do credo", diz Charbell Miguel Kury. O investimento foi de R$ 5 milhões.




O Estado de São Paulo

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