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Quimioterapia depois dos 35 anos deixa 60% das mulheres inférteis

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08/09/11

Mais da metade das mulheres que passam pela quimioterapia pode sofrer menopausa precoce ou infertilidade, revela uma nova pesquisa publicada na revista "Cancer".

Entre as mulheres avaliadas, 20% das que estavam na faixa dos 20 anos de idade ficaram inférteis. O mesmo ocorreu com cerca de 60% daquelas por volta dos 35 anos.

Ao atacar as células do tumor e evitar a sua proliferação, as drogas quimioterápicas também podem afetar as funções reprodutivas, por interferir na atividade das células dos óvulos.

Pesquisas anteriores já mostraram que o risco de infertilidade é uma das principais preocupações das mulheres jovens com câncer, ao lado do desejo de poder viver livre da doença.

No estudo, foram avaliados dados de 1.041 mulheres, entre 18 e 40 anos, que tiveram leucemia, linfomas de Hodgkin e não Hodgkin, tumores de mama e do sistema gastrointestinal.

Em mulheres que continuaram menstruando após a doença, a incidência de infertilidade aumentou conforme a idade depois do diagnóstico.

No linfoma de Hodgkin, por exemplo, a proporção de mulheres inférteis foi de 18% na faixa de 20 anos e de 57%, por volta dos 35 anos.

Falta Consenso

Apesar do estudo, ainda não há um consenso sobre qual é o real impacto dos tratamentos quimioterápicos na fertilidade, porque isso depende do tempo e da quantidade de drogas usadas.

"A intensidade do tratamento é o que vai determinar os danos à fertilidade. As mulheres são afetadas de formas diferentes. Não dá para prever quem terá ou não problemas para engravidar", diz a oncologista clínica Solange Moraes Sanches, do Hospital A.C. Camargo.

O principal autor do estudo, o médico norte-americano Joseph Letourneau, também vê a limitação do trabalho e reforça a necessidade de mais estudos que se concentrem nas características individuais das pacientes.

"Os médicos ainda se apoiam em resultados de curto prazo. Em geral, essas avaliações jogam os riscos [de infertilidade] para baixo. E nós sabemos que essas mulheres podem sofrer de infertilidade ou menopausa precoce até décadas após o tratamento."

Preservação

O que especialistas podem afirmar é que a gravidez, na maioria dos casos, não piora o prognóstico da doença.

Anos atrás, imaginava-se que as alterações hormonais do período da gestação pudessem desencadear uma recidiva do câncer.

"Agora, como as taxas de cura e de sobrevida são maiores, essas mulheres querem ter a possibilidade de ser mães no futuro", diz Sanches.

Mesmo assim, diz o ginecologista Eduardo Motta, professor da Unifesp, poucos oncologistas encaminham suas pacientes para programas de preservação da fertilidade.

As opções são o congelamento de tecido ovariano, de óvulos ou de embriões.

Mas há limitações. "Não temos ainda uma boa tecnologia. O congelamento de tecido não emplacou e nem sempre a mulher produz, em um único ciclo, óvulos suficientes e de boa qualidade para o congelamento", diz Motta.

A taxa de gravidez com óvulo congelado é de 10% a 20%, dependendo da idade da mulher. Em geral, após o tratamento de câncer, espera-se de seis meses a cinco anos, dependendo do tipo e do estágio do tumor.

Depois de tanta dor, mal posso esperar pelo bebê

A securitária Adriana Mendes Pinto, 34, engravidou naturalmente após tratar um tumor de mama. Leia, a seguir, trechos de seu depoimento:

"Descobri o câncer de mama em maio de 2009. Estava com 32 anos e tinha acabado de me casar.

Desde 2006, eu já fazia acompanhamento de alguns nódulos na minha mama. Em 2008, apareceu um [nódulo] mais sólido. Em janeiro de 2009, surgiu o desejo de engravidar.

Fiz uma biópsia e, em maio, saiu o resultado: câncer. O tumor tinha 2 cm, e retirei parte do seio.

Depois da cirurgia, fiz seis meses de químio e radioterapia. O tratamento durou um ano e foi difícil.

Entre a cirurgia e químio, fiz o tratamento para congelar os óvulos. Tinha a opção de congelar óvulos ou o embrião. Preferi os óvulos porque não teria conflitos em descartá-los.

Ninguém sabe bem quais são os efeitos da químio na fertilidade. A gente sabe que tem um risco.

Quando terminei o tratamento, a dúvida era quanto tempo deveria esperar para engravidar. Como o meu tumor não era receptivo de hormônio, minha médica me liberou em dezembro de 2010.

Em fevereiro deste ano, engravidei naturalmente. Não imaginava que seria tão rápido.

O Artur chega em outubro. Depois de tanta dor, mal posso esperar. É uma bênção na minha vida."

Folha de São Paulo


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