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Voluntariado na luta contra o câncer

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25/03/13


Todos os pacientes com câncer devem receber atendimento em até 60 dias após o diagnóstico da doença. É o que garante a lei sancionada pela presidente Dilma no final de 2012. Nos hospitais públicos, contudo, a realidade ainda segue muito distante do ideal legislativo. Em Belém, a unidade de referência em oncologia, o Hospital Ophir Loyola, tenta todos os dias contornar diversas limitações estruturais, profissionais e burocráticas. Situação que há 12 anos mobilizou um grupo de voluntárias a lutar por uma mudança.

"Nós éramos várias pessoas que trabalhavam separadamente no apoio e cuidado dos pacientes. Até que houve a decisão de unificar todos os esforços num só propósito. E assim criamos a AVAO”, explica Sandra Nascimento, uma das 60 voluntárias da organização.

Criada em 10 de março de 1999, a AVAO (Associação Voluntária de Apoio à Oncologia) é uma entidade filantrópica que dá assistência humanizada a pacientes com câncer em tratamento no Hospital Ophir Loyola.

A diversidade de atividades impressiona. São trabalhos que passam pelo lazer, reforço da autoestima e apoio emocional, e ainda se expandem para periódicas doações de equipamentos, materiais de higiene pessoal, roupas, artigos de cama e banho. A educação dos enfermos e cursos de capacitação para familiares também integram a lista. Os produtos criados nas oficinas são vendidos em bazares, cuja arrecadação é repassada às famílias em dificuldades.

Além disso, há oferta diária de café da manhã, lanche e almoço e todos os meses a AVAO entrega cerca de 300 cestas básicas aos doentes em tratamento ambulatorial, sendo 135 especiais para crianças.

Sem diretrizes religiosas ou preferências político-partidárias, a organização tenta se desvincular de opiniões ou gostos individuais. Lá os voluntários estão unidos pelos valores humanos, pela vontade de ajudar, se dedicar e sentir os impactos que pequenos atos de atenção podem ter na vida de alguém. Ações que determinam a vida não apenas de quem recebe, mas principalmente de quem faz.

"Acho que me tornei voluntária porque senti que era uma missão. Aprendi com minha avó, que sempre foi uma pessoa muito solidária. Uma vez tínhamos repartido o almoço, não tinha sobrado nada, e uma pessoa apareceu na porta pedindo comida. A minha avó não pensou duas vezes e deu o próprio prato pra ela. Baixinho, ainda me pediu pra não contar nada ao resto da família”, recorda-se Sandra.

Casada, mãe de três filhos, a dona de casa equilibra as atividades da entidade com a rotina da casa, que inclui acordar cedo, arrumar o local, preparar o café e partir para AVAO, ainda às 9h da manhã. "A oração e a fé católica me dão a estrutura necessária para encarar os desafios do dia a dia. Porque ser voluntário requer muita espiritualidade”, conta Sandra. Tanta serenidade inspirou os familiares. Uma das filhas, dentista, também é voluntária na entidade e o restante sempre participa de eventos e colabora com ações.

Ela conta que seria outra pessoa se não tivesse investido no voluntariado: provavelmente mais egoísta, talvez até fútil, afirma.

"Hoje eu me preocupo muito em ser e não mais em ter. Por isso, a AVAO é tão importante. Ela é também a minha família, minha vida, tudo pra mim. Me sinto feliz quando estou lá e Deus faz com que essa felicidade também chegue à minha casa”, justifica, emocionada.

Uma luta por maior respeito no tratamento do câncer

Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), aproximadamente 9.600 novos casos da doença surgiram no estado do Pará apenas em 2012. Dados da assessoria de imprensa do Hospital Ophir Loyola informam que em média 321 pacientes oncológicos são atendidos diariamente no ambulatório, cerca de 9.600 por mês. Hoje, o hospital ainda é a maior referência de tratamento de câncer no Norte e dispõe de 135 leitos para oncologia.

Muito pouco para a quantidade de pessoas que buscam atendimento, garante a presidente da AVAO, Ana Klautau. "A nossa briga maior é para que o tratamento do câncer seja respeitado. Ainda há muito abandono do poder público. A rede de saúde está cheia de falhas e isso atrapalha um pouco o nosso trabalho, porque ficamos balançadas ao ver o paciente lutando tanto para conseguir a mínima assistência. Claro que a nossa função é também fortalecer a autoestima dessa pessoa, mas não podemos oferecer o tratamento a ele”, critica, ratificando que a entidade conta com profissionais voluntários da área da saúde, mas não médicos.

Há mais de uma década acompanhando histórias, ora tristes ora alegres, Ana conhece as dimensões da doença. "O câncer dói, machuca, é uma doença cruel. Para os pacientes tudo é difícil, principalmente quando vêm do interior. Várias vezes faltam documentos e isso atrapalha os processos burocráticos. As pessoas chegam desamparadas”, desabafa.

E é justamente este amparo que ela e todos os voluntários da AVAO buscam oferecer. "Fui me apaixonando pela causa e cada vez mais a responsabilidade com o irmão se tornou um dever para mim. Montamos uma família. Aqui são primos, irmãos, tios, todos juntos no mesmo objetivo de superação e vitória. Eu perdi um filho, mas ganhei milhares de outros filhos”, diz.
Segundo Ana, o sonho que move a entidade é simples: ver o sistema funcionar. "Queremos ter certeza de que todos os doentes conseguem realizar os exames necessários, fazem o tratamento de forma assídua, sem falta de remédio ou adiamento de consultas. Também queremos ver o hospital infantil pronto, assim como esperamos que o Ophir Loyola volte a ser a referência que era na oncologia. O meu maior desejo é ver o paciente sendo respeitado e usufruindo de seus direitos. Nada é mais gratificante do que ver a vitória sobre o câncer, uma nova vida ressurgindo”, afirma.

Fonte: Diário do Pará

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